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sábado, 5 de dezembro de 2015

Contenção Física e Quimica dos Pequenos Animais

CONTENÇÃO FÍSICA DE PEQUENOS ANIMAIS

A contenção física tem como finalidade restringir os movimentos do animal na tentativa de realizar a avaliação do paciente e/ou a execução de outros procedimentos como a manutenção de curativos, administração de medicamentos. Em pequenos é um momento delicado no contexto da inter-relação “proprietário-veterinário” já que há uma certa hesitação por parte dos donos no momento que esse animal será imobilizado, por mais que o animal se apresente dócil a contenção deve ser realizada de maneira cautelosa pois na simples palpação de uma estrutura que se apresente sensível pode gerar uma reação de defesa como mordeduras e arranhaduras no caso de cães e gatos.

OBJETIVOS:

- Proteger o examinador, o auxiliar e o animal.
- Facilitar o exame físico.
- Evitar fugas e acidentes como fraturas.
- Permitir procedimentos diversos (medicação injetável, curativos, cateterização, exames radiográficos, colheita de sangue, etc.).

A abordagem deve ser realizada com calma evitando movimentos bruscos, pois isso pode levar a alteração dos parâmetros fisiológicos do animal, a abordagem incorreta também pode levar o paciente a óbito devido ao estresse (como tétano, dispneia acentuada por estenose das vias aéreas, insuficiência cardíaca grave, etc.), ou desencadear um comportamento não cooperativo dificultando o estabelecimento do diagnostico.
Para suavizar o efeito da contenção o examinador deve realizar uma socialização com o paciente, pode ser feito ao se aproximar do animal com estalo dos dedos, assoviar, carinho (se o animal permitir). Também devemos tomar cuidado com o ambiente selecionado para a contenção (chão, mesa), tomar cuidado com pisos escorregadios que podem levar o animal a fraturas nos membros até a lesões irreparáveis como fraturas de coluna ou a um trauma, crânio encefálico.


CUIDADOS GERAIS

- Evitar movimentos bruscos e precipitados. Seja tranquilo, firme e confiante!
- Tentar ganhar a confiança do paciente: converse, chame o animal pelo nome, acaricie-o, brinque, ofereça guloseimas e/ou alimentos apetitosos, caso os tenha.
- Iniciar com a contenção padrão mais simples para a espécie em cães, por exemplo, usar mordaça, botinhas de micropore nos gatos.

ESPECIFICADES DE CONTENÇÃO FÍSICA EM CÃES:

O Veterinário devera se informar com o proprietário sobre o temperamento do animal para escolher o método de contenção adequado, na maioria das vezes a contenção pode ser auxiliada pelo proprietário sob orientação do examinador, em casos que nem o proprietário consiga auxiliar deve-se optar pelo uso de focinheira, cambão ou utilizar a contenção química.

PASSOS PARA A REALIZAÇÃO DA CONTENÇÃO:

Abordagem inicial: Falar em tom amistoso, passar a mão sobre o dorso do animal, posteriormente oferecer as costas da mão para ele cheirar o que ajudara a captar a confiança do paciente. Animais de pequeno e médio porte são contidos com maior facilidade em cima de uma mesa com superfície não escorregadia, já animais de porte grande a gigante a contenção pode ser realizada no chão.

A imobilização na posição quadrupedal ou em decúbito lateral facilitam a sequencia do exame físico e demais procedimentos como colheita de sangue raspado de pele entre outros.
(FEITOSA, 2014)                                  (CBMM5,2010)

Contenção manual: coloque um braço sob o pescoço e passe o outro braço sob o abdome do animal (FEITOSA, 2014).

Técnicas de contenção :
1. Mordaça:
(CLINICAMICAO; BLOGSPOT; 2010)
(FEITOSA, 2014)

2. Focinheira:
(WEBANIMAL, 2015)

3. Cambão

(FILISCOMERCIO, 2015)


ESPECIFICADES DE CONTENÇÃO FÍSICA EM GATOS:

A contenção física dos gatos é uma difícil tarefa e requer cuidado e habilidade motora por parte do examinador ou auxiliar pois os gatos são mais ágeis e se desvencilham facilmente quando a contenção é realizada de maneira incorreta, são relativamente pequenos o que torna a imobilização mais trabalhosa pelo risco de acidentes com uso excessivo de forças, utilizam dos dentes e garras para se defenderem, possuem características territoriais o que leva a um grande estresse pela mudança de ambiente.

PASSOS PARA A REALIZAÇÃO DA CONTENÇÃO:

Os gatos devem ser deixados com seus proprietários ou em caixas de contenção e retirados apenas no momento da sua avaliação, a relação veterinário – paciente é mais resistente quando comparada com cães, a aproximação pode ser realizada coçando a cabeça.
O primeiro passo para a contenção é fechar as portas e janelas do local de exame, iniciar o exame com o mínimo de imobilização, colocação de botinhas de esparadrapo após posicionar o animal sobre a mesa, se o animal estiver mantido dentro da caixa de transporte ou papelão a retirada deve ser feita pelo proprietário.
Os gatos estão sujeitos a rápida mudança de comportamento, quando se apresentam hostis é recomendado que  se realize a contenção manual mantendo a cabeça do animal dentro da palma da mão do ajudante e os membros esticados, após colocar o animal em decúbito lateral pode ser passado uma toalha em volta. Gatos mais agressivos podem ser segurados            pela pele que reveste a porção superior da região cervical logo atrás das orelhas o que impedirá de virar e morder o responsável pela contenção.

1. Caixa de transporte:
(VETARQ, 2015)

 2. Método da toalha:
(TOUTIAU, 2013)

3. Contenção manual:
(VETARQ, 2015)

CONTENÇÃO QUÍMICA EM CÃES E GATOS

A contenção química em pequenos animais é realizada por vários motivos sejam eles a tranquilização de um paciente agressivo para que se possa realizar um exame físico completo com menos alterações fisiológicas do que submete-lo a uma situação de estresse extrema pela contenção física, também pode ser utilizada para a realização de exames complementares que causem dor ou necessitem de uma maior manipulação como radiografias contrastadas, que também necessitam de imobilização total do paciente pelo posicionamento especifico.
O médico veterinário deve conhecer os efeitos dos fármacos administrados para saber avaliar os seus achados clínicos que são decorrentes do seu uso e saber diferencia-los da enfermidade a ser pesquisadas, alterações na frequência cardíaca, respiratória e pressão arterial são algumas das consequências do uso dessa técnica. O efeito dos fármacos também varia de acordo com as diferentes raças principalmente dos cães pela variação de porte, as vezes cães de porte grande são mais calmos e necessitam de uma dose menor, já cães de porte pequeno são agitadas e necessitam de uma dose maior.            
O estado físico do paciente é limitante para o uso  da contenção química pois alguns fármacos trazem grandes riscos para pacientes, hipovolêmicos desnutridos ou desidratados, cardio, hepato e nefropatias podem influenciar na escolha do agente. Além de todos esses fatores as vias de administração influenciam na técnica e nos fármacos a serem escolhidos.

VIAS DE ADMNISTRAÇÃO UTLIZADAS NA CONTENÇÃO QUIMICA

VIA
DEFINIÇÃO
Via Oral (V.O.)
Abordagem segura, de preferencia palatável, forma de comprimidos drágeas ou liquido. Vantagem método não invasivo, desvantagem alto tempo de latência, média de 1 a 2 horas.
Via Tópica (V.T.)
Gel, pomadas, sprays aplicados na pele ou em mucosas, porém possuem efeitos superiores, normalmente associados a tranquilizantes/sedativos. Ex: colírios anestésicos > analgesia na córnea > retirada de corpos estranos
Via Subcutânea (S.C.)
Utilizada quando se deseja retardar a absorção do fármaco ou medicamentos oleosos diminuindo a dor. Local utilizado: regiões lateral ou dorsal do tórax ou abdome pela elasticidade da pele.
Via Intramuscular (I.M.)
Abordagem segura, desvantagem medicamento viscoso ou com pH extremos podem causar dor, local de eleição massa muscular da coxa (mm. Semitendineo e semimembranáceo). Erros na aplicação ou antissepsia podem levar a formação de abcessos.
Via Intravenosa (I.V.)
Vantagem efeito praticamente imediato após a aplicação, desvantagem o animal deve estar imóvel para localização e punção do vaso (v. cefálica, v. radial, v. jugular em animais hipotensos ou em choque),

Via Oral (V.O.):                                                                       
 Via Tópica (V.T.):

            
Via Subcutânea (V.S.):
                                                   
Via Intramuscular (I.M.):
(FEITOSA, 2014)

Via Intravenosa (I.V.):


(FEITOSA, 2014)

REFERÊNCIAS

FEITOSA, FRANCISCO LEYDSON F.. Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico. In: FEITOSA, FRANCISCO LEYDSON F.. Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico. 2014. ed. : Roca - Brasil, 2014. Cap. 2 - Contenção física dos animais domésticos p. 28-34.

FEITOSA, FRANCISCO LEYDSON F.. Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico. In: FEITOSA, FRANCISCO LEYDSON F.. Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico. 2014. ed. : Roca - Brasil, 2014. Cap. 3 - Contenção química p. 48-62.

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