Semiologia de Pequenos Animais - UNICENTRO
Esse blog é um projeto de monitoria orientada pelo professor Greyson Esper, com intenção de acrescentar e complementar informações ao aprendizado e torná-lo mais tranquilo e agradável. De estudante para estudante. Guilherme Mulinari".
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quarta-feira, 9 de março de 2016
Semiologia do Sistema Nervoso
ANATOMIA
(FEITOSA,
2008)
O Sistema Nervoso Central como visto
nas figuras acima tem a divisão inicial em encéfalo e medula espinhal. Sendo
que o encéfalo possui uma subdivisão em cérebro, telencéfalo e diencéfalo.
O cérebro é a porção mais
desenvolvida e mais importante do encéfalo, sendo que o telencéfalo e
diencéfalo têm características próprias como função.
O telencéfalo compreende nos dois
hemisférios cerebrais com as suas circunvoluções característica do órgão,
direito e esquerdo com uma fissura incompleta, que ao assoalho desta se
encontra o corpo caloso.
Cada hemisfério cerebral possui 4
lobos cerebrais com funções determinadas: Lobo frontal (aprendizagem e
atividades motoras finas e precisas), Lobo parietal (dor e propriocepção e
toque), Lobo temporal (comportamento, informações auditivas), Lobo occipital
(visão, processar informação visual).
O diencéfalo é o local onde compreende
as seguintes divisões: Tálamo, hipotálamo, epitálamo e subtálamo, responsáveis
pelo funcionamento hormonal como no eixo hipotalâmico-hipofisário (GnRH, Vasopressina),
além disso influência na relação comportamental na região do tálamo. Outra
importância de conhecer suas funções é de saber a relação de outros componentes
como o I par de nervos cranianos que está localizado rostralmente ao
diencéfalo. Por sua vez, o nervo óptico também tem sua estrutura situada muito
próxima ao hipotálamo na região ventral deste.
Outra estrutura da divisão do encéfalo
é o tronco-encefálico que compreende mais rostral mesencéfalo, ponte e
caudalmente o bulbo. Sendo que o tronco-encefálico interpõem o diencéfalo e a
medula espinhal e ventralmente ao cerebelo.
O mesencéfalo possui estruturas importantes como as
fibras reticulares que são fibras difusas de vários tamanhos e tipos. Além de
receber impulsos que entram pelos nervos cranianos, mantém relações com os dois
sentidos com o cérebro, cerebelo e a medula espinhal. Esta formação reticular
tem como atividade a regularização da ativação do estado de vigilância (sono)
do paciente isto ocorre entre o córtex e tálamo – SARA – Sistema Ativador
Reticular Ascendente. O SARA é estimulado por meio da via visual, auditiva,
dolorosa e tátil, ele mantém o animal em estado de alerta. Por outro lado,
quando não recebe ou não processa esses impulsos, o animal dorme.
Outras
importantes informações é saber que se inserem no mesencéfalo dois nervos
cranianos o oculomotor e troclear (III e IV Pares de nervos cranianos), núcleo
de Edinger- Westphal, responsável pela inervação parassimpática do globo
ocular, através do nervo oculomotor O núcleo rubro, que participa do
controle da motricidade somática, recebe fibras do cerebelo e de áreas motoras
do córtex cerebral e origina o trato rubrospinal, o principal trato
motor voluntário nos animais.
Na ponte está localizado o nervo
trigêmeo (V par de nervos cranianos) e possui também núcleos vestibulares, que
estão localizados no assoalho do IV ventrículo, pelo vestíbulococlear (porção
vestibular), está relacionado com o posicionamento da cabeça.
O Bulbo, ou medula oblonga, onde há a
maior parte da concentração da inserção dos nervos cranianos, na sua região
mais rostral, nervos abducente, facial e vestibulococlear (VI, VII e VIII
nervos cranianos). Os nervos glossofaríngeo, vago, acessório e hipoglosso (IX,
X, XI, XII) estão localizados mais caudais no bulbo. Verifica-se também
importantes centros vitais como o respiratório, vasomotor (controla a
respiração, ritmo cardíaco e pressão), outro centro não tão menos importante
que é o centro do vômito.
Desta divisão do encéfalo o que falta
complementar é o cerebelo situa-se dorsalmente ao bulbo e à ponte, sobre três
pares de estruturas denominadas pedúnculos cerebelares, e assenta-se sobre a
fossa cerebelar do osso occipital, sendo separada do lobo occipital do cérebro
por uma prega da dura-máter denominada tenda do cerebelo. Uma das principais
funções do cerebelo é controlar toda atividade motora da cabeça, pescoço, tórax
e membros, além de controlar o equilíbrio do animal. A lesão nesta região pode
causar incoordenação motora (hipermetria – aumento da passada), perda de
equilíbrio, diminuição do tono muscular esquelético (hipotonia)
MEDULA ESPINHAL
A Medula espinhal é uma massa
cilindroide de tecido nervoso, composto de uma substância branca situada na
periferia e outra substância cinzenta localizada ao centro com um formato de H.
A massa cinzenta central contém corpos celulares de neurônio motores
inferiores, neurônios sensitivos e internunciais. Nesta forma de H medular
podemos classificar como colunas dorsais e ventrais. As colunas dorsais contêm
sinapse de neurônios sensitivos periféricos e corpos celulares de neurônios
sensitivos e internunciais. Já as colunas ventrais contêm muitos corpos
celulares dos neurônios motores inferiores. Outra área intermediária contém
corpos celulares de neurônio motores inferiores simpáticos
A
substância branca se encontra perifericamente na medula espinhal, formada por
fibras, maioria destas mielínicas, que se agrupam em tratos e fascículos. Estes
são responsáveis em levar ou trazer informações ao encéfalo, dizemos que são
vias ascendentes e descendentes.
As
vias descendentes, motoras, originam-se do córtex cerebral ou várias áreas do
tronco encefálico e terminam fazendo sinapse com neurônios medulares
(internunciais). Essas vias dividem-se em piramidais e extrapiramidais. As vias
piramidais na medula compreendem o trato corticospinal. As vias extrapiramidais
compreendem os tratos tectospinal, vestibulospinal, rubrospinal e
reticulospinal. Os nomes referem-se aos locais onde eles se originam, que são,
respectivamente, teto do mesencéfalo, núcleos vestibulares, núcleo rubro e
formação reticular.
As vias ascendentes, sensitivas, relacionam-se direta ou
indiretamente com as fibras que penetram pela raiz dorsal, trazendo impulsos
aferentes de várias partes do corpo, e incluem os tratos espinocerebelares, fascículos
grácil e cuneiforme, tratos espinotalâmicos e trato propriospinal.
A
medula espinhal pode ser morfológica e funcionalmente dividida em cinco
regiões: região cervical (compreendendo os segmentos medulares de Cl a C5);
região cervicotorácica (também denominada de plexo ou intumescência
braquial, segmentos de C6 a T2); região toracolombar(correspondendo aos
segmentos medulares de T3 a L3); região lombossacral (plexo ou
intumescência lombossacral, segmentos de L4 a S2); região sacrococcígea (segmento
S3 ao último segmento medular).
No
adulto, a medula não ocupa todo o canal vertebral, pois termina geralmente na
altura da 6° ou 7° vértebra lombar nos cães e, na
altura da 1°ou 2° vértebra
sacral nos felinos. A medula termina
afilando-se para formar um cone, o cone
medular, que continua com um delgado filamento meníngeo, o filamento terminal. Abaixo deste
nível o canal vertebral contém apenas as meninges e as raízes nervosas dos
últimos nervos espinhais que, dispostas em torno do cone medular e filamento
terminal, constituem, em conjunto, a chamada cauda equina.
Como
as raízes nervosas mantêm suas relações com os respectivos forames
intervertebrais, há o alongamento das raízes e a diminuição do ângulo que elas
fazem com a medula. Estes fenómenos são mais pronunciados na parte caudal da
medula. A medula possui o mesmo número de segmentos que o número de vértebras
(com exceção da medula cervical, que é composta por oito segmentos medulares).
Os segmentos podem ser identificados morfologicamente, pois possuem um par de
nervos espinhais, cada um com uma raiz dorsal (sensitiva) e uma raiz ventral
(motora).
A
medula apresenta duas dilatações denominadas intumescência cervical e
intumescência lombar, na região cervicotorácica (C6 a T2) e lombossacral
(L4 a S2), respectivamente. Estas intumescências correspondem às áreas em que
fazem conexão com a medula às grossas raízes nervosas, que formam os plexos
braquial e lombo-sacro, destinadas à inervação dos membros torácicos e pélvicos,
respectivamente.
MENINGES
E
LIQUIDO CEFALORAQUIDIANO
O sistema nervoso central é envolvido
por três membranas conjuntivas denominadas meninges, a duramáter, aracnoide e pia mater. Além das 3 meninges no espaço
subaracnóide encontra-se o liquido cérebro espinal (cefalorraquidiano, líquor),
fluído aquoso que ocupa além das cavidades ventriculares, sua principal função
é a proteção mecânica do S.N.C. formando um verdadeiro coxim liquido entre este
e o estojo ósseo.
(FEITOSA,
2008)
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
Este sistema contém fibras nervosas
que unem o sistema nervoso central aos órgãos efetores e/ou receptores,
situados na periferia. Esta união justifica a presença de elementos do sistema
nervoso periférico na medula e no encéfalo. Conforme sua topografia, o sistema
nervoso periférico pode ser dividido em nervos cranianos e espinhais.
De acordo com o tipo de neurônio
envolvido, são denominados de efetores ou sensitivos. Os neurônios efetores
dividem-se conforme a sua função em neurônios motores e neurônios autonômicos, ambos
eferentes, porque conduzem os estímulos centrais para a periferia.
NEURÔNIO MOTOR SENSITIVO
O neurônio tem a função de transmitir a sinapse, visto pela
capacidade de excitação (polarização e despolarização), sendo responsável por
todo o início e manutenção da atividade neurológica. Os neurônios podem ser
funcionalmente divididos em neurônios sensitivos e motores.
Os neurônios motores são divididos em
neurônios motores superiores (NMS) e neurônios motores inferiores (NMI).
A associação entre neurônios
sensitivos e neurônios motores permite a realização de arcos reflexos. Reflexos
são respostas biológicas normais, espontâneas e praticamente invariáveis.
O arco reflexo é uma resposta básica, após
a realização de um estímulo e é por meio de suas várias modalidades (reflexos
espinhais, reflexos dos nervos cranianos) que parte do exame neurológico será
realizada. O arco reflexo é uma resposta motora involuntária frente a um
estímulo aplicado a uma determinada estrutura. Basicamente há ação de três
neurônios, são responsáveis pela efetuação de um arco reflexo. Primeiramente, um
neurônio sensitivo (aferente) irá captar a informação sensorial e conduzi-la
até a medula ou tronco encefálico, depois fará a conexão com um interneurônio
que será responsável pela transmissão desta informação para um neurônio motor
(eferente), o qual, por sua vez, efetuará a estimulação de um músculo.
Vários reflexos segmentares podem ser
utilizados para avaliação neurológica como, por exemplo, reflexo patelar, reflexo
palpebral e reflexo pupilar. A ocorrência de reflexos espinhais depende da
integridade de músculos, de seus nervos periféricos e dos respectivos segmentos
medulares.
O neurônio motor superior tem seu corpo celular na substância
cinzenta do córtex cerebral, nos núcleos da base ou em núcleos do tronco encefálico.
Seu axônio termina em interneurônios que fazem sinapse com o neurônio motor
inferior. O NMS é o responsável pelo início dos movimentos voluntários,
manutenção do tono muscular e regulação da postura.
O neurônio motor inferior é um neurônio eferente que liga o SNC ao
órgão efetor, como um músculo ou uma glândula. Possui seu corpo celular localizado
em núcleos encefálicos (núcleos dos NMI dos nervos cranianos) ou na substância
cinzenta da medula espinhal, e seus axônios deixam a medula através das raízes
nervosas ventrais, em dois pontos da medula espinhal, de C6 a T2 e de L4 a S3,
nos chamados plexos braquial e lombossacral, respectivamente. Estes axônios
irão fazer parte dos nervos periféricos, terminando em um músculo.
O neurônio motor superior exerce
função inibitória ou moduladora sobre o inferior e, por isso, quando é lesado,
ocorre aumento do tono e dos reflexos, demonstrando uma hiperatividade do NMI. Pode
assim ocorrer paresia (perda parcial da atividade motora) ou paralisia (plegia-
perda total da atividade motora). Nestes casos, as paresias geralmente são
espásticas e com hiperreflexia.
As lesões dos neurônios motores inferiores
ocorrem paresia ou paralisia (plegia) com diminuição ou ausência dos reflexos
(hipo ou arreflexia) e diminuição do tono muscular. Isto ocorre porque as
informações elétricas não estão sendo encaminhadas ou são enviadas em menor
número.
(FEITOSA,
2008)
EXAME
NEUROLÓGICO
O exame neurológico constitui a parte
mais importante da avaliação clínica do paciente com doença neurológica. É
realizado no animal acordado e com o dono presente. O exame neurológico é
composto pelo exame do estado mental, do comportamento, da postura, capacidade
locomotora, reações posturais, nervos cranianos, reflexos espinhais e percepção
da dor. O exame neurológico deverá ser sempre realizado progressivamente e
ambiente agradável, sem causar stress desnecessário ao animal.
-Objetivos:
-Confirmar o
envolvimento do SNC
-Localizar a lesão
-Determinar se a lesão é
focal ou multifocal
-Diagnóstico diferencial
-Exames complementares
-Tratamento e
prognóstico
-Resenha:
-Nome ou identificação (animal e
proprietário)
-Espécie
-Raça
Ex.: neoplasia (Boxer), doença
do disco intervertebral (Teckel)
-Sexo:
Ex.: paralisia
obstétrica materna
-Idade:
-Jovens: doenças
hereditárias e inflamatórias/infecciosas
-Adultos: doenças
degenerativas e neoplasias
-Peso
-Anamnese:
As
perguntas devem ser direcionadas aos sinais clínicos. O proprietário pode relatar
caso de convulsões ou alterações de comportamento. Quando foi o início? Qual frequência? Tipo (localizada ou
generalizada)? Houve fatores iniciantes? Caracterização de fases? Perguntar
se há possibilidade ter ocorrido intoxicação seja
ela por banhos com produtos tóxicos,
medicamento carrapaticida, dedetização, ingestão de alimentos ou substâncias
tóxicas.
Se a alteração estiver relacionada com a
postura ou deambulação analisar a ocorrência de base ampla, dificuldade para se locomover, dor ao se movimentar, se caracteriza – se como ataxia, paresia ou paralisia, dificuldade de transpor obstáculos.
postura ou deambulação analisar a ocorrência de base ampla, dificuldade para se locomover, dor ao se movimentar, se caracteriza – se como ataxia, paresia ou paralisia, dificuldade de transpor obstáculos.
Lesão
|
Início
|
Curso
|
Distribuição
|
Degenerativo
|
Lento
|
Progressivo
|
Difuso
|
Neoplasias
|
Lento
|
Progressivo
|
Focal
|
Infeccioso
|
Rápido
|
Estacionário
|
Difuso
|
Traumático
|
Rápido
|
Estacionário
|
Focal
|
Vascular
|
Rápido
|
Estacionário
|
Focal
|
-Exame Físico:
-Exame da cabeça
-Andar e postura
-Pescoço e membros anteriores
-Tronco e membros posteriores
-Coccígeas e ânus
1-Exame da Cabeça:
-Estado mental
(hiperexcitadabilidade, normal, apático, semicomatoso e comatoso)
-Comportamento (sistema límbico e
córtex temporal): andar em círculos, pressionar a cabeça contra obstáculos,
agressividade, vocalização, balançar compulsivo da cabeça.
-Postura e coordenação da cabeça:
desvio lateral da cabeça (head tilt),
giro ortotônico do pescoço, tremores intencionais e opistótomo.
-Nervos cranianos: olfatório (I),
óptico (II), oculomotor (III), troclear (IV), trigêmio (V), abducente (VI),
facial (VII), vestibulococlear (VIII), glossofaríngeo (IX), vago (X), acessório
(XI) e hipoglosso (XII).
*O
I par tem origem no bulbo olfatório, o II e o III pares têm origem no
mesencéfalo, o IV par tem origem na ponte e os demais têm origem na medula
oblonga.
1-Nervo
Olfatório (I): verificar se o animal sente cheiro ou não.
-Teste: oferecer
alimento com o animal de olhos vendados.
-Anormalidade: não reage
ao estímulo (anosmia) ou reage pouco ao estímulo (hiposmia).
2-Nervo
Óptico (II): verificar a visão do animal
-Teste: reflexo de
ameaça, acompanhamento visual (com um algodão) e teste do obstáculo.
(FEITOSA,
2008)
-Anormalidades: não
responde ao reflexo e bate nos obstáculos.
3-Nervo Oculomotor (III): responsável pelo reflexo
pupilar
-Teste: movimentar a
cabeça (verificar a posição do globo ocular) e reflexo pupilar (direta e
consensual)
-Anormalidade: não
movimentar o olho (quando se movimenta a cabeça), estrabismo, reflexo pupilar
diminuído ou ausente no olho afetado.
(FEITOSA,
2008)
4-Nervo
Troclear (IV): responsável pela movimentação do globo ocular
-Teste: movimentos de
cabeça
-Anormalidade: não
movimentar o globo ocular juntamente com a cabeça e estrabismo.
5-Nervo
Trigêmio (V): nervo misto (sensorial e motor)
-Teste (sensorial):
sensação/sensibilidade facial, córneal, palpebral e cabeça
-Anormalidade: ausência
ou diminuição da sensibilidade
-Teste (motor): músculos
da mastigação – oferecer alimento
-Anormalidade: dificuldade
de apreensão do alimento, atrofia do músculo masseter (unilateral) e mandibular
caída (bilateral).
(FEITOSA,
2008)
6-Nervo
Abducente (VI): responsável pela movimentação do olho
-Teste: movimentação da
cabeça
7-Nervo
Facial (VII): responsável pela movimentação da orelha, pálpebras e lábios
-Teste: movimento das
pálpebras, orelhas e lábios (reflexo corneal e palpebral, expressão facial e
simetria da face).
(FEITOSA,
2008)
8-Nervo
Vestibulococlear (VIII): responsável pelo equilíbrio e a audição
-Teste: equilíbrio e
audição
-Anormalidade:
inclinação de cabeça (head tilt),
andar em círculos (ataxia vestibular) e nistagmo.
(FEITOSA,
2008)
9-Nervo
Glossofaríngeo (IX): responsável pelos movimentos da língua e deglutição.
-Teste: oferecer
alimento e reflexo da deglutição
-Anormalidade: disfagia
e regurgitação
(FEITOSA,
2008)
10-Nervo
Vago (X): responsável pela deglutição
-Teste: oferecer
alimento e reflexo da deglutição
*Slap test: em eqüinos (estimulação da
cernelha).
-Anormalidade: sons
anormais durante a respiração e disfagia
11-Nervo
Acessório (XI): inerva a musculatura do pescoço
-Teste: inspeção da
musculatura do pescoço
-Anormalidade: atrofia
12-Nervo Hipoglosso (XII): inerva a língua
-Teste: tônus lingual e
oferecer alimento
-Anormalidades:
dificuldade de retração da língua, atrofia da língua e dificuldade de apreensão
e deglutição.
(FEITOSA,
2008)
LOCALIZAÇÃO
DA LESÃO
1-Síndrome Cerebral: estado mental alterado, comportamento alterado,
andar e postura anormais, reflexo pupilar normal, edema de papila óptica e
convulsões.
2-Síndrome Diencefálica: estado mental alterado, comportamento
alterado, andar e postura anormais, pupilas dilatadas com reflexos diminuídos,
perda da regulação da temperatura, apetite anormal, distúrbios endócrinos e
convulsões.
3-Síndrome Mesencefálica: estado mental alterado, déficit do 3º par
de nervos cranianos (estrabismo, midríase e reflexo pupilar ausente),
opistótono e aumento do reflexo e do tônus muscular dos quatro membros.
4-Síndrome Ponto-Bulbar: estado mental alterado, déficit do 5º par de
nervos cranianos (paralisia mandibular e diminuição da sensibilidade na face),
diminuição do reflexo palpebral (nervos V e VII), paralisia facial (nervo VII),
desvio de cabeça, quedas, andar em círculos, nistagmo, paralisia de faringe e
laringe (nervos IX e X), e paralisia de língua (nervo XII).
5-Síndrome Vestibular: estado mental deprimido, desequilíbrio e
quedas, desvio de cabeça, andar em círculos, nistagmo, estrabismo, déficit dos
nervos V, VI e VII e síndrome de Horner (ptose palpebral superior, miose,
protrusão de 3ª pálpebra e sudorese na região facial).
6-Síndrome Cerebelar: tremores intencionais de cabeça, nistagmo,
anisocoria (uma pupila dilatada e a outra contraída), base de apoio aberta,
hipertermia, reações posturais retardadas ou exageradas, opistótono e ausência de
reflexo de ameaça com a visão normal.
EXAME
MEDULAR E MEMBROS
-NMS: é responsável pelo inicio dos
movimentos voluntários, manutenção do tônus muscular e regulação da postura.
Tem seu corpo celular na substância cinzenta e percorre toda a medula. O NMS exerce
uma função inibitória sobre o NMI, e por isso, quando lesado, ocorre aumento do
tônus muscular e dos reflexos, demonstrando a hiperatividade do NMI.
-NMI: tem seu corpo celular
localizado na substância cinzenta da medula espinhal e suas raízes emergem no
plexo braquial (C6 – T2) e no plexo lombossacral (L4 – S3).
-Reflexo Medular: determinam se a lesão
está localizada no NMI ou no NMS.
-Lesões no NMI: perda da
atividade motora voluntária, perda dos reflexos medulares, perda do tônus
muscular e atrofia muscular por denervação (paralisia tipo flácida).
-Lesões no NMS: perda da
atividade motora voluntária, reflexos exagerados, hiperativos, aumento do tônus
muscular, atrofia muscular por desuso e aparecimento de reflexos espinhais
anormais (paralisia tipo espástica)
-Respostas: podem ser
graduadas da seguinte maneira
-0:
arreflexia ou reflexo abolido
-1: presente
mas com hiporreflexia
-2:
normorreflexia
-3:
hiperreflexia
-4:
hiperreflexia com presença de clono (repetidas flexões e extensões em resposta
a um único estímulo).
AVALIAÇÃO
DA PROPRIOCEPÇÃO CONSCIENTE
1
– HEMIESTAÇÃO E HEMILOCOMOÇÃO: os membros de um lado do corpo são erguidos do
chão e o paciente é forçado a se manter parado sobre dois membros (hemiestação)
e em seguida andar sobre dois membros (hemilocomoção). Animais com lesões
neurológicas podem ser incapazes de suportar o peso do corpo, além de
apresentar tropeços, hipermetria (cerebelo), queda (sistema vestibular ou
respostas lentas).
(FEITOSA,
2008)
2
– SALTITAMENTO: Elevação de três membros mantem apenas um apoiado fazendo o
animal saltar em um membro só para frente, para trás e para os lados.
(FEITOSA,
2008)
3
– CARRINHO – DE – MÃO: Segura o animal pelo abdome de modo que ele não apoie os
membros pélvicos no chão forçando a caminhar com os membros torácicos. No caso
de lesões neurológicas podem apresentar movimentos assimétricos (cerebelo),
queda (sistema vestibular), tropeço (cerebelo), flexão da cabeça com a região
nasal próxima ao solo (lesão cervical severa).
(FEITOSA,
2008)
4
– TÔNICA DO PESCOÇO: cabeça erguida com o animal em estação, avaliação de
centros vestibulares e musculatura do pescoço.
5
– APRUMO VESTIBULAR: capacidade do animal manter – se em uma posição normal em
relação á gravidade envolve três sistemas: visual, vestibular e proprioceptivo.
(FEITOSA,
2008)
6
– COLOCAÇÃO TATIL E VISUAL: animal é vendado suspenso no ar sustentado pelo
abdome e tórax em seguida é movido em direção a borda de uma superfície,
tocando – se a face dorsal das patas torácicas na superfície. Avaliar simetria
tanto com a venda quanto sem.
(FEITOSA,
2008)
7
– PROPULSÃO EXTENSORA: o animal é sustentado pelo tórax e abaixado ate os
membros pélvicos tocarem o solo ou a mesa, deve haver uma extensão dos membros
pélvicos para suportar o peso, o animal pode dar um ou dois passos para trás,
verificar simetria, coordenação e resistência dos membros posteriores em
extensão. Nesta reação impulsos aferentes são iniciados por meio de receptores
de tato e pressão nos membros pélvicos e são enviados ao córtex cerebral.
(FEITOSA,
2008)
EXAMES COMPLEMENTARES
Hemograma
(Leucograma) (doenças infecciosas)
Bioquímico
hepático – ALT, (encefalopatia hepática)
Análise
do Liquor (Inflamação, neoplasia)
Exame físico – aspecto, cor,
coagulação (normal – não coagula), densidade, pH.
Citologia, dosagem de proteínas, glicose,
creatinoquinase
Radiografia
simples – (diminuição do espaçamento das vértebras, neoplasia vertebral)
Radiografia
contrastada (mielografia) – (compressão medular)
Tomografia
computadorizada
Ressonância
Nuclear Magnética
Eletromiografia
– demonstra alterações qualitativas e quantitativas na atividade elétrica de um
músculo em repouso, após a estimulação elétrica direta ou indireta ou, ainda,
durante ativação voluntária ou reflexa.
Eletroneuromiografia
- A eletroneuromiografia consiste de provas de neurocondução (velocidadede
condução nervosa), é o registro da atividade elétrica muscular e nervosa. Desta
forma, é possível fazer a avaliação de mielopatias, radiculopatias,
neuropatias, distúrbios das junções neuromusculares e de miopatias.
Eletroneurografia
- Estudo dos potenciais de ação dos nervos periféricos e é utilizada quando se
suspeita de uma doença destes nervos ou da junção neuromuscular, após ter sido
realizada uma eletromiografia. A eletromiografia pode determinar que o
componente nervoso da unidade motora esteja envolvido. Com isso, pode
diferenciar entre a raiz nervosa, nervo periférico e junção neuromuscular.
REFERÊNCIA
FEITOSA, FRANCISCO LEYDSON F.. Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico. In: FEITOSA, FRANCISCO LEYDSON F.. Semiologia Veterinária: A Arte do Diagnóstico. 2014. ed. : Roca - Brasil, 2014.
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